Pesquisas em desenvolvimento

PROTEÔMICA DA ESQUIZOFRENIA: BUSCA POR CANDIDATOS A BIOMARCADORES EM PLAQUETAS

Aluna: Helena Passarelli Giroud Joaquim

Orientador: Prof. Dr Wagner Farid Gattaz

Resumo: Esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico complexo que afeta cerca de 1% da população mundial. Apesar de progressos consideráveis nos últimos anos, a etiologia da doença ainda não foi elucidada. Principalmente por causa da heterogeneidade tanto do início quanto da progressão da doença. Além disso, frequentemente, os sintomas dos pacientes são comuns a outras desordens neuropsiquiátricas, dificultando a diferenciação e o diagnóstico por meio de métodos essencialmente clínicos. Por isso tem-se procurado identificar medidas baseadas em características moleculares que justifiquem e expliquem a etiologia da esquizofrenia. Já há alguns estudos com marcadores no cérebro, mas por esse ser um material com disponibilidade limitada, os esforços tem se concentrado em encontrar um biomarcador periférico (revisado em Rahmoune et al. 2013). Este estudo visa traçar um perfil protéico de plaquetas de pacientes drug-free e destes mesmos pacientes após resposta clínica ao tratamento. Comparando-os também com controles saudáveis. Buscando tanto um marcador de resposta ao tratamento quanto de doença. Para isso, a proteômica é uma boa metodologia considerando que proporciona um perfil completo das proteínas em determinado tempo e condição em determinado organismo.

DETERMINAÇÃO DE FOSFOLÍPIDES PLASMÁTICOS NAS DOENÇAS NEUROPSIQUIÁTRICAS

Aluna: Alana Caroline Costa

Orientador: Wagner Farid Gattaz

Resumo: Os fosfolípides e moléculas relacionadas compreendem 60% da porção não aquosa do cérebro e em uma proporção até maior dos dendritos e sinapses; são os maiores constituintes das membranas de células neuronais e gliais, das membranas de vesículas sinápticas, do retículo endoplasmático nuclear, das membranas das mitocôndrias e do complexo de Golgi. Os fosfolípides são essenciais para todas as células vivas e, portanto, mudanças no seu metabolismo podem influenciar o organismo. Sabe-se que alterações no metabolismo de fosfolípides estão envolvidas em inúmeras doenças neuropsiquiátricas incluindo a doença de Alzheimer, esquizofrenia e o transtorno bipolar. Porém, estas alterações parecem ser distintas em cada doença neuropsiquiátrica. Determinar as alterações na composição de fosfolípides plasmáticos, em cada uma destas doenças, pode auxiliar na elucidação de mecanismos fisiopatológicos, e também na procura por candidatos a biomarcadores específicos para cada uma delas. Para isso, a cromatografia acoplada ao espectrômetro de massas é uma boa metodologia considerando que proporciona um perfil completo das substâncias a serem estudadas.

BIOMARCADORES EM LÍQUOR E EM LEUCÓCITOS NO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR, TRANSTORNO COGNITIVO MENOR E DOENÇA DE ALZHEIMER

Aluna: Jessyka Maria de França Bram

Orientador: Prof. Dr. Orestes Vicente Forlenza

Resumo: O acelerado processo de envelhecimento tem trazido não só mudanças no perfil demográfico, mas também no perfil epidemiológico da população. Entre os problemas de saúde encontrados em idosos, merecem destaque os transtornos mentais, visto que acometem cerca de um terço dessa população, sendo os transtornos depressivos (TD) e os transtornos neurocognitivos maiores (TNCM) os problemas de saúde mental mais prevalentes. O transtorno depressivo maior (TDM), bem como os transtornos neurocognitivos menores (TNCm), têm sido associados a maiores níveis de comprometimento cognitivo, além de aumentarem o risco de desenvolvimento de TNCM, principalmente Doença de Alzheimer (DA). Sendo assim, é importante que haja identificação preventiva de pessoas com maior risco para o desenvolvimento de DA a fim de proporcionar um tratamento precoce. Dessa maneira este estudo objetiva identificar processos biológicos na busca de marcadores liquóricos e periféricos comuns que demonstrem uma predisposição de idosos com TDM a desenvolverem TNCm, com altos índices de conversão para DA. Para tanto, será determinada a da expressão proteica das secretases ADAM10, BACE1 e PSEN1 e do peptídeo Aβ em leucócitos e líquor pelo método de western blotting.

MARCADORES DE REFRATARIEDADE NA FARMACOGENÉTICA DO LÍTIO EM PACIENTES COM TRANSTORNO BIPOLAR

Aluna: Bruna Valim de Nicola

Orientador: Prof. Dr. Wagner Farid Gattaz

Resumo: Os sais de lítio são utilizados no tratamento dos transtornos do humor há mais de 50 anos. É a principal medicação prescrita para pacientes com diagnóstico de transtorno bipolar (TAB), enfermidade apontada por sintomas de mudanças recorrentes do humor, representadas por episódios cíclicos de mania ou hipomania, e depressão. Apesar de o tratamento com lítio apresentar boa resposta clínica, aproximadamente 35% dos pacientes não respondem satisfatoriamente, ou seja, são refratários ao tratamento. Tendo em vista a importância do uso do lítio no tratamento de TAB e a influência de fatores genéticos na variabilidade da biodisponibilidade do medicamento e em seus efeitos (95%), é de extrema importância esclarecer a farmacogenética envolvida na resposta ao lítio.

O objetivo deste trabalho é detectar possíveis marcadores genéticos em pacientes com TAB, na tentativa de compreender a ausência de resposta à terapia medicamentosa e individualizar o tratamento. Para tanto, estudaremos os polimorfismos dos genes relacionados ao mecanismo de ação do lítio: glicogênio sintase quinase 3β (GSK3β), fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), Receptor neurotrófico de tirosina quinase tipo 2  (NTRK2) e CREB (cAMP response element-binding protein).

EFEITO DE INIBIDOR DA COLINESTERASE NO METABOLISMO DA APP EM PLAQUETAS

Aluna: Tamires Alves Sarno

Orientador: Prof. Dr. Orestes Vicente Forlenza

Resumo: A Doença de Alzheimer (DA) é caracterizada por uma neurodegeneração progressiva do sistema nervoso central (SNC). É a causa mais comum de demência e pode contribuir para 60-70% dos casos. É uma doença marcada por uma tríade patológica, caracterizada pelo acúmulo de agregados extracelulares da proteína beta amiloide (Aβ), originadas a partir de processos proteolíticos da proteína percursora do amiloide (APP) que originam as placas senis; os emaranhados intracelulares da proteína tau hiperfosforilada e a perda neuronal. Atualmente o diagnóstico da DA é baseado no DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos), porém, o diagnóstico final só pode ser feito post mortem, por meio de biópsia cerebral. Em condições fisiológicas normais, o processamento proteolítico da APP se dá através da via não amiloidogênica pela ação das α (ADAM10) e g secretases. Em condições patológicas a APP é clivada pela via amiloidogênica, produzindo os fragmentos tóxicos de Aβ42, pela ação das β secretases (BACE1). As plaquetas vêm sendo usadas como modelo de diagnóstico periférico, permitindo seu uso como marcador periférico do metabolismo cerebral, por refletirem certos processos fisiológicos do sistema nervoso central. A maior parte da APP circulante (95%) está presente nas plaquetas. As plaquetas possuem toda a maquinaria enzimática para produzir os subprodutos da APP através das enzimas beta secretase (BACE1), alpha secretase (ADAM10) e gama-secretases. O objetivo deste estudo é verificar o efeito dos inibidores da colinesterase sob o metabolismo da APP. Para tanto, fez- se um estudo longitudinal de 6 meses, onde avaliamos a razão da APP e as enzimas BACE1, ADAM10 e gama-secretase, em pacientes portadores de DA antes do inicio da medicação, 3 e 6 meses depois.

COMPRIMENTO TELOMÉRICO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL DE UM MODELO DE DOENÇA DE ALZHEIMER TRATADO COM LÍTIO

Aluno: Giancarlo Cardillo

Orientador: Prof. Dr. Orestes Vicente Forlenza

Resumo: Telômeros são repetições de DNA não-codificante presentes nas extremidades dos cromossomos que se encurtam a cada divisão celular. O comprimento telomérico é considerado um marcador biológico de idade, e seu encurtamento é evidenciado em diversas patologias relacionadas ao envelhecimento. Na doença de Alzheimer (DA), têm sido associados com diversas vias fisiopatológicas, como a neuroinflamação e o stress oxidativo, porém seus mecanismos ainda são pouco conhecidos. A maioria dos estudos sobre os telômeros na DA avaliaram seu comprimento em leucócitos, pouco se estudou sobre o efeito da doença no sistema nervoso central (SNC). O lítio tem sido sugerido como um possível tratamento para a DA. Ele é um importante estabilizador de humor, com efeitos neuroprotetores amplamente evidenciados, mas pouco se sabe sobre seu efeito na manutenção do comprimento telomérico. Este estudo pretende avaliar o comprimento dos telômeros em quatro regiões do SNC (córtex frontal, córtex parietal, hipocampo e epitélio olfatório) de camundongos transgênicos modelo de DA tratados cronicamente com diferentes doses de lítio e compará-los com o de camundongos controle igualmente tratados. O comprimento telomérico dos DNAs extraído destes tecidos será quantificado por PCR em tempo real. Esperamos com isso contribuir para o entendimento de como diferentes regiões do SNC são afetadas pela DA e respondem ao tratamento com lítio.